domingo, 21 de dezembro de 2008

Sou nada.



A luz do Sol nasce,
Reparte-se,
Renasce,
Chega a mim e desfaz-se.

Sou nada, nem coisa nenhuma.
Ninguém.
Sou invisível.
Não há nada que me torne perceptível
A outrem.
Sou ser inferior,
Isolado,
Sofrendo o castigo maior:
Viver contrariado.

Vivo triste,
Desesperada.
Como era bom...
Sentir que era amada
Amar uma palavra sentida
Idealizar-me viva.
Esperar a luz do dia
Que o raiar do Sol me atingisse
E eu por fim me colorisse e existisse.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Condenados.



Homens sem sorrisos,
Condenados à morte
Indivíduos tristes e perturbados
Não será sorte?
Que tenham dado seus dias por terminados?

E aqui vai e segue a marcha
Dos que, sem vida nem opção,
Caminham então
Para a cova prometida,
Que acaba na hora
Em que a morte os prende
E as suas angústias suspende.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Vazia.



Sinto-me vazia.
Sozinha no meu próprio vago,
Falta-me a alegria,
E a tua doce companhia.
Apática, sem reacção,
Não tenho por que me mexer,
Congelo o coração
Continuo a sofrer.

Perdi meu amor,
Perdi tudo então.
Não passo de cadáver semi-vivo
Ansiando a queda fatal.

Espero por ti.



Sinto-te como se fosses real,
Mas tu já partiste.
Minha alma despedaçada
E com buracos, sente o teu vazio.
Por isso persiste,
Resistindo aqui ao teu lado
Sempre à espera que tu voltes,
à espera do teu toque,
Da tua voz doce;
Dos momentos apenas planeados,
Inconcebidos pela tua partida precoce
E inesperada.
Tantos planos, tanto amor.
Tanta dor.

Espero por ti, como sempre fiz.
Aqui permaneço para te proteger
Até ao momento em que me juntarei a ti.
Já definhando,
Sofro, mas permaneço aqui por ti.
Por mim, por nós.

Na poesia que aqui existe.



Sob a luz do candeeiro,
Poiso uma folha sobre a secretária,
Tiro um tempo para mim.
Reflicto e medito.
E descubro-me assim:
Sombra de um vulto
Que outrora viveu,
Corpo ferido,
Pensamento cessante de quem já morreu.
Alma esquecida
Por quem amou quando era viva
E que por obra do tempo
Me deixou aqui sozinha.
E eis aqui que em breves momentos
Neste tempo em que me sento
Relembro o que sou, triste,
Registando na poesia que aqui existe.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E então?!



Escondo-me, sento-me e choro.
Projectadas nas minhas lágrimas
Passam-me imagens que me entristecem.
As minhas mãos minha angústia reflectem,
Enraivecidas cravam-se as unhas das mãos
Na mão oposta, uma de cada vez.
Rosto, pescoço,
enfim.

E o sentimento persiste.
Manifesto em vão.
Detesto-me. Odeio-me.
E então?!


Irregular.



Irregular.
Sim sou eu!
Num mesmo instante,
Sou eu de costas voltadas ao mundo.
Sou eu aberta para um sorriso e um abraço
Profundo...
Por vezes superficial.
Troco-me num segundo.
Sou e não sou.
Faço e não faço.
Sou os dois lados de um olhar
Um ser inconformado
Que não interessa incomodar.
Irregular
Sem forma,
Nem capacidade de me enquadrar
Neste ser imundo que sou.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Velhice.



Vencidos pela velhice
Arrastando-se a passos curtos,
Num compasso de uma bengala
Um sonho de poder de novo ser activo.
Uma alma quente
Num corpo frio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Luz?Escuridão?

Passeio entre dois mundos
Vejo, observo e contemplo.
Penso.
Não encontro diferenças.
Luz?Escuridão?
Sombras ? Tristeza?
Sim! Agora percebo as diferenças.
Na luz as sombras são maiores,
Os medos são mais.
E as tristezas são devidas ás atitudes patéticas.
Invisíveis aos olhos
De quem da luz usufrui e bem diz.

Na escuridão,
Os dias são eterna noite
E só os relógios marcam o passar do tempo.
Tudo é simples e sincero.
Frio, por vezes cruel.
Pela vontade de ser fiel
E ver com olhos límpidos
Verdades despidas de enfeites
E quaisquer rodeios.