terça-feira, 13 de março de 2018

Fecha a porta

Fecha a porta.
Por favor, fecha a porta.
Essa porta que te trai cada vez que a abres.
Essa que está lascada e com falhas.
Essa porta que teima em abrir,
Ainda que penses que a fechaste outra vez.

Fecha a porta.
Por favor, fecha a porta.
Essa que tem ferrugem nas dobradiças.
Essa cuja madeira tem vários tons.
Essa que está quase escancarada de batida,
Ainda que se mantenha erguida. 

Fecha a porta.
Por favor, fecha a porta.
Essa que já serviu vezes sem conta.
Essa que já está cansada.
Essa que é tão usada,
E ainda assim parece esquecida.

Fecha a porta,
Por favor, fecha a porta.
Essa que testemunha falsidades e mentiras.
Essa com que tentas sarar as feridas.
Essa que diz frases fingidas,
E ainda assim julgas sentidas.

Fecha a porta.
Por favor, fecha a porta.
Essa que tem as bordas roídas.
Essa que te convence a entrar.
Essa que teima em te enganar,
E ainda assim tu acreditas.

Fecha a porta.
Por favor, fecha a porta.


Betrayal

After all these years of loyalty
The moon has embraced me in my despair
That way i feel the pain
I feel the suffering of the others in me
And the betrayed wasted years i've gave
They're nothing....
Nothing at all...

Just empty past times
I wish i've already left behind
The blood and shaded tears i've cried
The given i've been to someone...
The ilusions i've created in my mind...
In me,
They're all grieving moments
And the solitude for the one
Who have choosed the path of emptiness.

One cold, silent night
Misery will fall
For those who have betrayed it once in the past...
And then the night will turn it's back ...
And nothing more will be left,
Just the shadow of some surrounding regrets
Of the one who turned his back at the first time.

I fear the feelings of my grieving life
Because my life was grieved a long time ago
Baried alive in a forgotten sky
A sky that is full of lies
That i once stared at him with my closed eyes
Living in innocence.

I no longer feel nothing just grieve...
My eyes are open now
Just continue to left me behind
Away from this world untrue.

7/04/2011

sábado, 6 de agosto de 2011

Mar de hoje.

No meu mar
Eu vejo hoje,
Na fúria das ondas
A mágoa de outrora.
Curvaturas redondas
Desenhadas água fora.
Imponente,
Mostra a sua amargura
Contra as rochas.
E a dor relembra-o
Das saudades de tempos passados
Que se desfazem junto às costas
Numa espuma branca,
Que desvanece na areia.
No seu tamanho imenso,
Água salgada que ele próprio verteu
Num temporal intenso.
Sal extraído da sua felicidade.
Mantendo,contudo, o respeito
Pela distância que suas águas hão feito
Para que num acto de esperança,
Se enrole outra vez,
Tentando encontrar a tez
Que se perdeu em água mansa.
Desabafando com a areia,
Um pouco a cada momento,
Pedindo rotas ao vento
E esperando a maré cheia.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ninfa.



Deixa-me ser a tua deusa,
Dona dos teus desejos,

Mesmo os mais profundos.
Deixa-me ser o que procuras
E aquilo que anseias. 
Fecha os olhos,
Relembra a minha imagem. 
Ambiciona os meus beijos
E o tocar das tuas mão na minha pele.
Quero ser tua ninfa.
Deixa-te seduzir pelo meu olhar 
E pelo meu sentimento fugaz.
Quero-te tanto,
Como me queres a mim.
Sou mais que tua ninfa. 
Sou tudo o que precisas.
Deixa-me ser tua...
A tua única ninfa.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Este é o tempo.



Este é o tempo!
Este é o tempo em que apesar
Da minha presença constante
Quase que não existo
E morro para mim mesma.
Um vazio perturbante.
Não sou mais,
Nem sou menos.
Apenas nada.
Sou aquilo que não percebo,
Mas sinto que tenho de ser.
Mesmo o que omito
E tento não transparecer
Acabo por mostrar,
Não conseguindo conter.

sábado, 6 de março de 2010

Palavras dolorosas.



Marcadamente, o tempo decorre

Sinto a nostalgia do seu passar
Receio por tudo o que morre
E por me fazer sentir ninguém.
Silenciosamente, vivo um constante chorar
Porque errei e porque também
Não sei como me perdoar.
Nem tu...

Enfadonhamente,
Acreditei num passado saudoso
Pelo qual me tenho vindo a magoar.
Inesperadamente,
Porque num cravar doloroso
Palavras me fazem desesperar.
Tudo o que pensava ser
Desvaneceu e foi desvalorizado.
Tudo o que tinha como especial
Um defeito, um gosto trivializado.
(E) Afinal eu não era a tal.

Não existem termos que definam
Nem o sentimento, nem o sofrimento.
As recordações que considerava únicas,
Agora lembram
As palavras amargas e sem alento
Por ti proferidas.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Vagueando pela noite.



Vagueando pela noite,
Deleito-me com os pormenores escurecidos
Por um negro consistente
Apenas esboçados pelo belo luar
E enfeitados pelo cintilar das estrelas.
Tão bonito, tão puro, tão natural.
Sinto um arrepio
E sinto-me em casa.
E no entanto estou no meio da rua,
Rodeada por vultos de diversas naturezas.
Nem em casa me sinto assim.
Deslizo o meu olhar sobre a lua
Enfeitiçada pelo seu brilhar.
Entrego-me ao bem estar,
Vislumbro todo aquele lugar
Guardando a imagem num cantinho secreto
Bem perto de mim,
Onde ninguém pode tocar.
Agora,
Espero que chegue um vulto
Que mereça partilhar deste momento,
Desta visão, deste meu refúgio no luar.