segunda-feira, 30 de junho de 2008

Desaparece.



Desaparece,
mostra-me como o pó se faz,
mostra-me como tudo de novo se desfaz.
Deixa-me em paz,
Vade retro, fica para trás,
que a ti, nem merece Satanás.

Até os céus se enfurecem.



Para quê tanta ira descabida,
Mesquinhez, intriga, raiva enfurecida?
Malditas reacções
Para quando não há razões.

Até os céus se enfurecem
E mostram sua indignação,
Executando clarões de luz,
Em ritmos agressivos.
As almas arrefecem
os cobardes sustêm a respiração,
e ainda são poucos os seduzidos
por tamanha e descontente ostentação.

domingo, 29 de junho de 2008

Tudo num momento.



Surgiu tudo num momento
Sob o céu estrelado e o luar,
Como se tivesse sido planeado
Para aquela noite nos juntar.

Nos abraços fortes,
Nos olhares intensos
Tudo se torna mais transparente.
Nos carinhos constantes,
Nos sentimentos imensos
Nossos lábios tocaram-se, assim, de repente.

Toque suave e delicado
Sofrimento aniquilado.
Por estares perto de mim,
Pareceu ter um momentâneo fim.

Até a escuridão se afasta
E se retrai perante ti,
Pelo excelente coração e boa alma
Que em ti descobri,
Assim que realmente te conheci.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Felicidade instântanea.


A felicidade e a amizade revelam-se nos simples gestos,
S
imples palavras e acções.
É nas pequenas coisas, nos pequenos actos
Que se libertam as emoções.

Hoje chorei,
Chorei de felicidade.
Porém hoje choro,
Também,
Porque o mal está sempre perto do bem.

Choro porque a vida nos juntou
E nos vai separar também.
No entanto, nunca me esqueço de ninguém,
Sobretudo de quem tão bem me tratou.

Ainda não te foste embora,
E já me está a custar.
É bom sentir que aquela flor guarda
O que nem a morte irá apagar.

E quando a flor murchar
E nada restar,
Sei que ainda vou ficar com a sua essência gravada
E da tua presença sempre irei estar acompanhada.

O que a vida não levou,
O que a convivência não estragou,
O tempo não fará fugir,
Nem a distância irá destruir.

Estarás sempre perto de mim.
Aqui ou em Braga, sempre junto de mim.
Gosto de ti, amigo José Costa.

domingo, 22 de junho de 2008

A um canto.



Isolada de tudo,
Cega para o que não merece ser visto.
Surda para o absurdo.
Julgada pelos crentes de Jesus Cristo.

Posta de lado
Morta a um canto,
Sem ter morrido afinal,
Bicho endiabrado,
Ser algemado.
Criatura castigada
E invadida pelo mal.

Guiada pelo sofrimento,
Braço direito da má sorte.
Fiel descernimento
Para que seja breve,
o alcançar da aguardada morte.


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Já não quero sair daqui.




Já não quero sair daqui,
Deste mundo em que sempre vivi.
Já não sinto o arrependimento,
Substituí o vasto conhecimento
E ambiguidade
Pela plena cumplicidade
Deste meu meio envolvente.

É aqui que me sinto bem,
É aqui que até a solidão se torna positiva.
Como eu mais sombras se encaminham também
Para o lado mais suportável da vida.

Em filas cujo o fim é vísivel,
Encaminham-se vultos de alma vazia,
Rosto frio,
Expressão frívola,
cansados e de agonia imedível.

É nesta escuridão que me abrigo,
Foi aqui que plantei o meu jazigo.
É este o meu princípio e o meu fim.






segunda-feira, 16 de junho de 2008

A vida não tem sentido.



A vida não tem sentido,
Nao tem propósito algum.
Nada mais que transponha o sofrimento.
A vida mata-nos a cada momento.
Já vivênciei demais
Que tenho medo do que virá mais...

Sinto horror a esta existência sem propósito
A este pensar no nada e em tudo ao mesmo tempo,
A este caminho sem significado
Que não leva a nenhum lado.

É tudo tão limitado,
tão restrito, tão igual
é a vida que nos mata
e não é na morte que está o mal.

Se realmente estou enganada,
Não peço desculpa por assim estar
Estou deserta dessa chegada
Para a escuridão alvorada
onde o descanso e paz me irão mostrar
o caminho para a verdadeira vida
que para além da vida está embrenhada.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Estranha coincidência.




Passeios, brisas nocturnas
estrelas brilhantes no céu
palavras mudas,
perdidas no silêncio
um olhar profundo,
um mesmo pensamento,
um mundo em comum
um desejo secreto,
conhecido pelos dois
sem confissão de nenhum.


Estranha coincidência.
Triste vivência,
Benévola morte
Maldita sorte.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

Momento de tristeza.


Sentada sob o céu negro
E sem luar aparente,
A lua está nova,
o ar é gelado.
Caio sobre mim
E sinto de novo aquele dilacerador ardor,
Por dentro.

Por mais que tente,
Tudo o que faço e indiferente,
Já nada mais me incomoda
E incomoda me tudo ao mesmo tempo.

Já nem consigo parar para pensar.
Ajo por impulso constante
E conhecimento adquirido...

Sei bem o que me irá curar.
E é tudo o que vejo a frente
Neste triste momento .

Sinto que a minha vida não vale nada
E cabra é ela,
Porque todos os dias me mata
E mata e mata novamente…

Persigo e desejo a sensação
Quero e prevejo simples pedaços de madeira
Bem articulados,
Espaços fechados.
Grandes camadas de terra em meu redor.
Acabou se o tempo e o tormento
É a chegada e a minha partida.