sábado, 20 de fevereiro de 2010

Vagueando pela noite.



Vagueando pela noite,
Deleito-me com os pormenores escurecidos
Por um negro consistente
Apenas esboçados pelo belo luar
E enfeitados pelo cintilar das estrelas.
Tão bonito, tão puro, tão natural.
Sinto um arrepio
E sinto-me em casa.
E no entanto estou no meio da rua,
Rodeada por vultos de diversas naturezas.
Nem em casa me sinto assim.
Deslizo o meu olhar sobre a lua
Enfeitiçada pelo seu brilhar.
Entrego-me ao bem estar,
Vislumbro todo aquele lugar
Guardando a imagem num cantinho secreto
Bem perto de mim,
Onde ninguém pode tocar.
Agora,
Espero que chegue um vulto
Que mereça partilhar deste momento,
Desta visão, deste meu refúgio no luar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sol fugido.



Tempos dolorosos correm nestes dias,
O ar está frio, o tempo está negro.
Não existe um raio de Sol que perdure.
Tudo se manifesta em sintonias.
Minha alma chora por dentro
Sem um despontar de esperança que fure,
Assim como as nuvens deste céu cinzento
Neste compasso arrastado de desespero
Que desperta o meu medo.
O Sol fugiu e eu não o encontro
Procuro-o, chamo-o, grito e anseio;
Desejo-o mesmo, até ao meu último fôlego.
Escondeu-se por detrás do meu escombro
E não quer nascer mais.
Castiga-me e impede-me de voltar,
De descobrir o meu rumo
E o meu lugar, o meu doce lugar,
Por baixo da sua luz,
Ao toque dos seus raios,
Ao sabor do meu estimado sonhar.
Noites penosas que fazem jus
A dias saudosos
Dos quais me insisto em lembrar.