quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sem alento.



Num dia cinzento,
Com nuvens imponentes
Ventos violentos,
Debaixo de uma árvore,
Lá estava eu.
Apenas ser errante,
Posição constante,
Estado vegetativo,
Ou quase,
Prestes a deixar tudo.
Como que esquecendo a dor
De tão mergulhada em tristezas.
Esqueci o significado do viver
E qual o seu sabor.
Só o meu corpo parece ainda responder
Comandado por si mesmo.
Os meus olhos...
Seguem o movimento das folhas arrastadas pelo vento.
Só eu existo aqui sozinha e sem alento.

sábado, 2 de maio de 2009

Fechando os olhos.



Fechando os olhos tento esquecer.
E atormenta-me não conseguir.
Sou a mesma.
Tenho os mesmos medos,
Os mesmos desejos,
Os mesmos segredos.
Aparento a mesma figura esquecida,
Vergonhosa e empobrecida.
O mesmo carácter desvalorizado,
As mesmas dores escondidas,
Os mesmos pesadelos,
As mesmas histórias esquecidas.
Eu própria faço parte dela.
Sou um capítulo ansioso por terminar,
Num livro renegado
Por todos e pelo tempo.


segunda-feira, 27 de abril de 2009

The wind and the draft.



The wind have whispered,
But im still seeing it's not me.
Not the one who's seeked.
Neither even part of wishes.
Its all pain.
And im a comforting being,
Spreading tears of my broken dream.
So i hope theres a short end coming
To erase this draft of something
I never was.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Anestesiada.



Anestesiada.
Aguento, calo-me e deixo passar.

Deixo que tudo decorra

Imune ao meu desejo.

Solto a dor para mim,

E impeço a ferida de sangrar.
Superficialmente insensibilizada,
Incapaz de me manifestar.
Minha alma atribulada,
Ainda carente de anestesia,

Anseia também por descansar.

sábado, 14 de março de 2009

Mente em distorção.



Num luar,
Sob céu bem escurecido,
Vagueia meu ego entristecido
Sobrevoando minha alma obscurecida
Pela minha mente sórdida
Sinto-me sozinha e perdida.
No meu corpo vazio
Divago erma,
No silêncio que ressoa
E sinto a mente em distorção.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A brisa.



Algum tempo que passou,
Mas a brisa ficou.
O passado afinal não mudara.
Apenas eu teimava em negar.
A mim mesma, me convencia
Que eram coisas que o vento já levara.
Só a brisa me trazia
As duvidas que temia
A razão que me perturbava.

Deixei-me envolver
O sentimento cresceu.
A brisa abriu-me a janela
Irrompeu,
E só agora voltei a perceber
Que o passado nunca foi,
Mas que ainda é no presente.

O presente não passou de algo ausente;
Na mentira de o que foi, já ter sido
E não mais ser o mesmo
Neste presente que me iludiu
De ser só o presente que eu vivi.
No aviso que a brisa me deu
e eu ignorei e me arrependi.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Só ilusão.

Já congelada,
Ainda sinto o frio,
Está escuro.
Cada vez mais escuro.
Abro e fecho os olhos
E não noto diferença nas cores.
Não há luz,
Nunca vi a luz.
A minha companhia...
Afastaram-me da minha companhia!
A única luz que conheci.
Aquela que brilha sempre
E em qualquer dia,
A que me ilumina
E que à noite me guia.
Sempre me fez companhia!
Mas perdi-a,
E agora, mais que nunca,
Estou sozinha,
Vazia.
E é como se eu sempre tivesse estado,
Afinal de contas,
Enterrada debaixo do chão,
Sem terra, sem caixão
Só eu e a minha ilusão.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Aqui caída.



Invadem-me...
Sentimentos de perda,
Sentimentos de culpa.
O vazio, o tédio,
O assolo da tristeza
Deixa-me sem voz,
Sem vontade,
Sem vida.

E permaneço aqui caída
Até que dor me devore
Me torne de novo erguida
Ou que acelere o chegar da minha partida
Para que nunca mais chore
Nestes momentos em que a minha alma sofre.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Como flores.


Eu tento dar mais e mais,
Ser melhor, o auge.
Mudar, moldar-me.
Dar-te beijos com sabor a flores,
De textura delicada e suave.
Tudo para que aos teus olhos eu me eleve.
Me torne mais alegre
Te faça mais feliz,
Ter-te sempre presente,
Olhar para ti e ver que sorris,
Ver-te contente
Como sempre quero e quis.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Gota.


A vida escorre numa gota.
É balançada pelo vento,
Molhada pela chuva,
Despedaçada pela atitude ou toque
Transformada pela situação
Seca por uma barreira final
, intransponível.
E a mesma vida vai-se
Pelo perder das gotas.
Gota a gota vão caindo
Até não restar nada.
Apenas um corpo oco
Na ilusão de ter vivido.

Apenas incerteza.



Sofro sozinha,
Dou voltas e voltas ás angústias
e mágoas que são minhas.
Incapacito-me de reacção e movimentos
Tento chegar ás respostas
E chego a lado nenhum.
Vivo uma incógnita,
Que cresce e se afunda
Espalha raízes,aperta o coração.
E a única coisa que eu quero
É deixar-me ser levada pelo vento
Sem rumo, sem objectivo
Apenas incerteza.
E o mar de pureza
Que me trás o vento em acção.

sábado, 3 de janeiro de 2009

O teu sorriso.


Sabe tão bem olhar para ti
E vê-lo também.
Os seus graciosos movimentos
Observei e sorri.
Lábios como mais ninguém tem
De textura suave e macia,
Memoráveis momentos
Em que minha boca os acaricia.
Esse sorriso que me derrete o coração
É o mais lindo que já vi
Uns são tímidos outros não,
Posso dizer que nenhum esqueci.
Guardo os teus sorrisos
E as tuas gargalhadas num lugar secreto
Desejo os teus beijos
Tanto como o teu afecto.
Enches-me de alegria,
Quando ris e sorris,
Deixas-me sem palavras
Fazes com que sorria,
Também,
Por saber que nesse momento estás feliz
E por saber que estás comigo meu bem,
Sorri mais uma vez,
Sorri sempre,
Esse teu sorriso é meigo,
Bem como a tua maneira de ser
E esse teu jeito
Como é bom te ver
Sorrindo,
E sentir-te encostado ao meu peito
Instante íntimo e lindo,
Mais que isso, perfeito.

Sonhar.



O que eu desejo sonhar
Deitar-me na cama,
Afastar-me da dura realidade
Deixar as lágrimas
E as memórias frias de lado
E fantasiar algo do meu agrado.
Sonhar.
Libertar-me deste fardo
Esperançar que um dia se torne verdadeiro,
Mas não sou capaz.
Acendo a luz do candeeiro
E vejo de novo o mundo.
O mundo triste em que sempre vivi.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Quando dou por mim.



Finalmente senti-te de novo
Pude abraçar-te cheirar-te.
Derreter-me com o teu sorriso
E o teu toque suave.

Aparentemente e superficialmente saciado,
O meu ego entra em êxtase por ti.
E o meu desejo de estar só contigo é tanto.
Quando dou por mim,
Estou a espera da fusão dos nossos corpos,
Daquele calor e daquela proximidade
Que desvanece e por fim,
Faz desaparecer nossos contornos.
E a felicidade preenche-me,
E é como se parasse o tempo,
Habitas em mim, e eu em ti.
E só quando acaba o momento volto a mim.
Contente por ter acontecido,
Triste por ter acabado.
E mais que nunca relembro,
Como a tua ausência é demais pra mim.

A cada tic-tac do relógio.



Uma distância prolongada,
Dois corpos incompletos
Ansiando um pelo outro
Dois seres perturbados
Pela ausência do conforto.

Saudades do toque,
Da voz doce, do olhar carinhoso
De um abraço que me sufoque
De um beijo caloroso.

Relembro os teus traços
A cada tic-tac do relógio,
Agarro o tempo,
E no mesmo instante,
Sinto o desejo crescente
De te ter comigo de novo,
Mais do que em coração e mente.